domingo, 26 de dezembro de 2010

Natal

   Ah, o Natal !! A data mais linda, mais linda do ano!
   Sei que estou atrasada - hoje já é dia 26 - mas não poderia deixar de falar de um dos textos mais lindos que eu já li sobre o Natal. Pra variar, ele foi feito pela Cecília Meireles - já falei dela por aqui, estou tentando variar, mas o que posso fazer se essa mulher sabe o que é escrever com qualidade?
   O que eu mais gosto nesta crônica é que ela traz à tona o verdadeiro sentido do Natal, questionando a compra e a troca desenfreada de presentes inúteis. Uma lição para todos nós. E ela, claro, sempre com aquela sutileza, com a delicadeza de quem nos abre os olhos para um novo mundo. É um deleite! Aproveitem!

Compras de Natal, de Cecília Meireles

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Letra e música

   Muitas vezes um bom texto está onde menos se espera. Até mesmo preso nos ouvidos das pessoas.
   É isso aí! A música pode - e deve - ser avaliada como um gênero de texto. É como se ela fosse um poema com melodia.
   Mas é claro que eu não falo de todas as músicas. Há muitas por aí que não trazem consigo um pingo de dignidade. Acho que não preciso ser muito enfática pra que vocês percebam do que é que eu estou falando.
   Uma boa música - peço licença para os músicos agora, pois sou leiga neste assunto e, portanto, só vou opinar sobre qualidade de texto - reflete as emoções do autor com propriedade, esmiuçando com cuidado cada sentimento que brota de cada um de nós. Pra isso, ele pode usar uma série de recursos e um dos principais é a linguagem figurada. Dizer de um jeito novo, diferente, todo aquele sentimento que acabamos de descrever.
   Seria muito fácil falar do que sentimos sempre do mesmo modo. Fácil e tedioso. Por isso há poucas pessoas por aí que sabem fazer isso com maestria. E o exemplo deste post é o Milton Nascimento.
   Não curto muito a forma como ele canta, mas é incontestável a qualidade que ele possui como compositor. É lindo e algumas músicas dele calam fundo na minha alma. 
   A minha preferida chama-se "Bola de meia, bola de gude", que ele fez em parceria com o Fernando Brant. Ele poderia simplesmente dizer que ainda acredita num bom futuro, mas isso é pouco pra ele. Sempre que posso, mostro aos meus alunos - acho que a geração de hoje perde muito no que diz respeito à qualidade musical... mas enfim! É pra isso que estamos aqui.
   Fiquem com o vídeo e a versão da música cantada pelo 14 bis! Aliás, recomendo o show destes caras.Tenho certeza de que vocês vão gostar! 
   Até a próxima!



sábado, 18 de dezembro de 2010

Ah! As tirinhas...

De tudo um pouco...

   Há textos interessantes em muitos lugares. Costumo dizer aos alunos que basta saber procurar, que algo muito bom vai cair na sua mão - e isso vai ser frequente, se você quiser.
   Gostei deste texto que aparece aí abaixo. Ele é bem descompromissado e acessível, acho que é sempre bom ler de tudo um pouco para podernos opinar sobre as coisas.
   Boa leitura pra você! =)

   Reclamadores crônicos

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Notícia no desenho

   A charge ganhou grande notoriedade nos dias atuais. Isso porque ela atende a demanda do mundo moderno - a rapidez na informação e a necessidade da crítica àquilo que não está certo. Além disso, ela se utiliza da ironia e do humor - ingredientes fundamentais para que possamos sobreviver numa vida cada vez mais agitada e caótica. Ou seja: a charge é bacana porque traz consigo três requisitos de suma importância : informação, crítica e riso.
   Trata-se portanto de uma arte que passa a não fazer mais tanto sentido nos dias subsequentes ao da publicação, pois o ingrediente principal da charge é perecível: a notícia fresquinha, saída do forno. No entanto, vale lembrar que, no Brasil, como os problemas parecem ser insolucionáveis, pois demoram longos períodos para que saiam da vida das pessoas, muitas charges de 2007, 2008, 2009 ainda são atuais. Afinal, desde quando se faz necessária uma reforma educacional? E na saúde pública, então?
   O Brasil é um país que tem filhos muito criativos. Com os chargistas não seria diferente. Gosto bastante do Glauco (aquele que infelizmente faleceu no início deste ano, você com certeza deve ter ouvido falar da morte trágica dele) e do Angeli, mas há outros muito bons.

   Acho que essa aí debaixo retrata bem o momento que estamos vivendo...

Retirada de www.uol.com.br/angeli

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Meu ideal seria escrever... como o Rubem Braga

   O Rubem é um dos meus autores preferidos. Ele realmente consegue falar para a minha alma, como se dissesse: "Ei, Cilene, eu te conheço. Vou escrever uma história pra você". Acho sim que é um dos maiores cronistas que este país acolheu e não me dei por satisfeita enquanto não tive nas mãos boa parte de sua obra que fica bem guardadinha aqui na estante de casa.
    Ele é de uma sensibilidade fora dos padrões. Consegue contar histórias lindas, dessas que a gente quer contar pros netos, como que garantindo que este planeta tão maltratado ainda carrega nas costas um pouco de integridade. Aí a gente, naqueles dias que tem vontade de pendurar as chuteiras, lê uma história do Rubem e pensa: "Tá bom, vai. A vida pode ser bonita, sou eu que não estou vendo..." Ele consegue trazer de volta a esperança de dias melhores - já que estes dias, muitas vezes, parecem que vão chegar junto com um aumento de salário.
   Minha indicação de hoje são os textos "Recado ao senhor 903" , que conta a história de um homem que escreve uma carta ao vizinho pedindo desculpas pelo barulho que andava fazendo; "O padeiro" e "A conspiração dos outros". Esta última crônica é sensacional porque ele fala sobre a sensação que todos nós já sentimos de ter levantado um dia desses aí com o pé esquerdo.  
   Bom, é isso aí! Até mais!
   PS: Para os mais antenados... o título deste post é o nome de uma outra crônica fantástica. Vale a pena ler, tem na internet, só não consegui linkar! =)

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Crime em pauta e em papel

   Falar de leitura é algo muito complicado porque em nosso país não há incentivo - do governo, num primeiro plano e num segundo, da família. E para não ficar enfadonho, é preciso chamar atenção das pessoas com uma produção muito boa. É como convencer uma criança a fazer o que ela não quer: ofereça um doce, um brinquedo, uma brincadeira, que tudo se ajeita. Afinal, não posso errar. Isso faria um possível leitor transformar-se num bocó.
   Para convencer meus alunos a ler, preciso de muita inspiração. E quem sempre me socorre nestes momentos é a Agatha Christie. Os textos dela não são difíceis de ler - e o melhor - são divertidos e criativos.  Ela já vendeu mais de dois bilhões de livros e foi apenas ultrapassada pela Bíblia e pelas obras de Shakespeare. Ou seja: sucesso total. Mas não pense que o começo foi fácil: muitas editoras recusaram publicar seu primeiro livro e quando ela mesma já tinha se esquecido de que tinha escrito alguma coisa, uma das editoras entrou em contato e o editou. Vendeu apenas 2.000 exemplares (para mim, seria muito pra uma primeira vez) e assim começou uma carreira que durou muitos anos. Estima-se que suas obras foram traduzidas para mais de 50 línguas e uma de suas peças de teatro foi a obra que mais tempo ficou em cartaz na história do teatro. Enfim, a mulher é fera!
   Ela escreveu muitas coisas, mas ficou famosa pelos romances policiais. Trabalhou como farmacêutica na Primeira Guerra Mundial, portanto sabia muito sobre venenos. Isso a ajudou a construir suas histórias. O segundo marido era arqueólogo e, para acompanhá-lo, viajou muito. Resultado: mais ideias bacanas.
   Mas o que me chamou atenção na história dela é que quando pequena ouvia as histórias do Arthur Conan Doyle (sim, o autor das obras de Sherlock Holmes!) contadas pela irmã mais velha. E, em certa ocasião de enfermidade, a mãe incentivou Agatha a escrever, pois a ainda menina não podia sair da cama. Descobriu-se, desde então, o talento para escrever...
   Fiquei pensando quantos dos meus alunos não seriam "Agathas enrustidos"... Que felicidade se fossem, não? Isso prova que o incentivo desde pequeno é de importância incomensurável.
   Depois de saber um pouquinho dela, deixo minhas indicações... Pretendo ler mais coisas dela e assim que isso acontecer - minhas férias serão regadas a livros, ueba! - dou um alô pra vocês.

"Assassinato no Expresso Oriente" e "Assassinato no campo de golfe"

Boa leitura! =)

sábado, 4 de dezembro de 2010

Calvin

   Pode parecer que não, mas as HQ's são ótimas ! Elas trabalham vários aspectos da linguagem. E vão sempre aparecer por aqui, porque eu as adoro! Nada melhor para começar a falar delas utilizando uma do Calvin, o menino mais espevitado e encantador deste mundo.

Obs: A tira está pequena e talvez fique difícil de ler. Mas o legal da tecnologia é que hoje em dia há soluções pra tudo! É só clicar na imagem que ela aumenta, ok?

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Em grande estilo!

   Agora você imagine a minha dúvida! Como abrir em grande estilo este blog? Há tanta coisa boa por aí que me faz sorrir a cada leitura... mas precisava começar com algo mágico! E então decidi: vai ser com a Cecília Meireles, uma das maiores escritoras brasileiras de todos os tempos (mais dia, menos dia, vou falar dela com mais tempo). Ela escreveu um texto que resume o encanto que um livro pode trazer a uma pessoa. Deem só uma olhadinha aí e comentem o que acharam!

Um Livrinho e Muitas Saudades
 
            Entro numa livraria, sem estar procurando livro nenhum (pelo menos, é o que suponho, uma vez que nos conhecemos tão pouco e ignoramos a razão de tantos dos nossos atos). Entro numa livraria como quem passeia pelo mundo do espírito, encontrando pelas prateleiras nomes antigos e modernos, saudando as velhas amizades, recordando tempos de estudar, tempos de sonhar, tempos de viver.
             De repente, um livrinho chama por mim. Não chama apenas a minha atenção: chama, realmente, por mim: "Vem cá, me leva!", diz ele. E diz isso pelo desenho da capa, que é um desenho infantil com várias crianças, um burrinho e duas cobras. Tão graciosa é a capa que nem procuro saber o nome do livro nem o do autor. Basta-me contemplar o desenho. E, como não estou inclinada a comprar livros, sigo adiante. Mas a voz, uma pequena voz discreta, continua a pedir-me: "Venha cá! Me leva!".
            Passo pelos velhos clássicos, encontro-me com os românticos, topo com os contemporâneos... E a pequena voz a chamar-me "Vem cá!"...
            Volto atrás. Tenho de levar aquele livro. Tomo-o nas mãos, abro-o, leio duas ou três passagens. É uma história verdadeira, a infância de um negrinho, na África Francesa. Venho com o livro como se trouxesse o menino pela mão, e ele me contasse suas lembranças com a simplicidade de um pequeno amigo.
(...)


O primeiro de muitos - espero!

   Este é o primeiro dos muitos comentários que pretendo fazer neste singelo blog. Há alguns anos, estava na moda ter um blog e eu, como toda adolescente que se preze, decidi participar da brincadeira. Hoje, poucos anos mais velha - hehe - novamente surgiu dentro de mim a vontade de conversar com o mundo. Mesmo que ele não queira conversar comigo - haha.
   A diferença desta vez é que este blog que você visita neste momento terá como tema a língua portuguesa e seus mistérios. Mas acalmem-se! Não pretendo dar aula de Português, isso é privilégio dos meus alunos. Quero colocar aqui tudo aquilo que eu vejo por aí e que me fascina. Há infelizmente no nosso país uma política de que ler é chato, estudar mais ainda. Mas tudo depende de como seus olhos enxergam as coisas.
   Aliás, procurarei ser o mais sucinta possível - a internet tem disso - leituras longas ficarão por sua conta, caro leitor. Não as estou desmerecendo. Mas não quero que esta página seja um fardo, mas a aproximação com uma ferramenta que talvez você não conheça tão bem quanto acredita. E isso vale principalmente para mim também, óbvio. Não há como ensinar sem aprender. E vice-versa.
   Espero que seja divertido para nós!
   Até a próxima!