segunda-feira, 30 de maio de 2011

Em cima do nosso nariz

Nem vou falar muito porque o cara humilha. Eu já postei parte da obra do Rubem, mas a cada dia, um outro texto me cai à mão e logo eu me reapaixono. Eu me encanto dia e noite (e tardes também, por que não?) com a forma que ele tem de olhar a vida e vê-la com toda a magia que todos nós, diariamente, vamos perdendo, pois viver é duro e difícil. Nos esquecemos de que a felicidade é aquilo que criamos. Rubem... que eu possa ver sempre a outra noite... e que eu saiba sempre agradecer as oportunidades com a gratidão do motorista que um dia você conheceu.



A OUTRA NOITE

Rubem Braga

   Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal.
   Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou o sinal fechado para voltar-se para mim:
 - O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima?
  Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra - pura, perfeita e linda.
  -  Mas, que coisa...
   Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa.
 -  Ora, sim senhor... E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um "boa noite" e um "muito obrigado ao senhor" tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei. 

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Depois do limbo... a luz!

Uma das coisas que me fizeram relutar em criar um blog foi o fato de eu saber que poderia me ausentar. Mas melhor escrever quando dá do que não escrever nada. E cá estou eu novamente.
Durante o tempo em que eu estava ausente, fui a um show que mexeu muito com meu coração. Achava que ia ser bom, mas foi indescritível. Conhecia pouca coisa da obra deste compositor, mas a cada dia que passa, conheço mais e vou, aos poucos, me apaixonando perdidamente. É aquela sensação encantadora que a gente encontra de vez em quando por aí, perdida. Ela estava ali, mas você ainda não a tinha descoberto. É um pedaço de felicidade que estava faltando, entendem?
O Oswaldo Montenegro é de uma sensibilidade única. Suas músicas são verdadeiras obras de arte e me enchem de esperança e de humanidade. Gosto muito de várias dele - agora que elas me encontraram - como Estrada Nova, Intuição, Estrelas e as clássicas como Bandolins, Metade e A Lista.
Deixarei com vocês o vídeo de Sem Mandamentos, que é remédio salutar para os dias de tristeza.
Espero que aproveitem e até a próxima!

domingo, 6 de março de 2011

Quinosofia

Você deve estar pensando: que nome de post mais maluco é este? Estou fazendo alusão a um livro do Quino, famoso cartunista argentino, chamado "Quinoterapia". Este livro destaca a relação - muitas vezes estranha - entre pacientes e médicos. Mas não estou aqui pra falar de um único livro do Quino, mas sim de sua obra magnífica.
Estou numa fase "Quino" e por isso decidi postar sobre ele. Se a gente for estudar "Estruturação das palavras", vai ver que o sufixo -SOFIA que aparece no título deste post significa "Sabedoria". Já deu pra sacar o que eu quis dizer então, certo?
Acho a obra deste cara genial. Ele é muito criativo e crítico. Questiona as relações humanas, como o homem lida com assuntos existenciais e como somos pisoteados por um mundo muitas vezes cruel.
Você vai pensar: nem conheço esse cara! Hum... conhece sim, ele é o pai da Mafalda, aquela menina doce que apareceu no primeiro post deste ano e que de boba não tem nada. Pelo contrário, ela é encantadora porque se coloca diante dos problemas que a sociedade impõe.
Vou deixar abaixo, pra vocês, dois cartoons do Quino, só pra dar um gostinho! Vejam como não só se tratam de desenhos, mas de discussões seríssimas sobre os problemas atuais. Tenho certeza de que você passará também, assim como eu, a admirá-lo!
Até a próxima! =)



terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

É dando risada...


... que a vida parece mais fácil.
E a leitura também!
Quantos alunos meus passaram a ler, porque encontraram um modo de se divertir lendo? Tá bom, do jeito como estou escrevendo, até parece que são muitos... mas deveriam! Sem falar que a gente perde as contas nesses assuntos...
A indicação desta vez é de um texto de um autor que eu gosto muito, o Sérgio Porto. Ele era mais conhecido como Stanislaw Ponte Preta. E o cara era realmente virado do avesso.
Quando pequeno, foi expulso de duas escolas. Uma vez, a professora de anatomia dele espantou-se ao ver o menino segurando um esqueleto nas mãos virado para a sua mesa e dando-lhe uma solene "banana". Ou seja: o cara já era humorista desde moleque.
E quando cresceu, a história não foi diferente. Seus textos são todos inusitados. Ele até tinha uma coluna diária na imprensa carioca para contar as esquisitices que ia juntando ao longo da vida. Como esta aqui: No Recife, quem tocasse a buzina em zona de silêncio pagava multa de 200 cruzeiros. O guarda flagrou um distraído, que quis pagar a penalidade com uma nota de mil. Na falta de troco, o motorista deu mais quatro buzinadas, ficou quite com a lei e foi embora. - hahahahahaha

Fiquem com um dos meus textos favoritos deste autor. E me desculpem pela demora em passar por aqui, as aulas começaram e me perdi completamente... Prometam por favor não me abandonar! 
Até a próxima!

A vontade do falecido, de Stanislaw Ponte Preta 

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Piada? É!

   A interpretação de texto é algo tão importante na vida das pessoas que pode fazer com que alguém seja inserido ou não dentro de uma comunidade. Não é chato não saber o que falar sobre determinado assunto? Ou não compreender algum comentário de um amigo? Pois é.
   Mas a situação é tão feia nos dias de hoje que às vezes até em situações básicas isso acaba acontecendo. Qualndo uma pessoa, por exemplo, está fazendo uma brincadeira com outra e esta nem percebe.
   Por isso, decidi, desta vez, postar uma piadinha que eu adoro! Porque as piadas também fazem parte desta inserção no mundo da comunicação.
   =)

  
Manoel teve um filho e foi registrá-lo:
- Que nome você gostaria de dar ao seu filho?
- Arquibancada do Vasco.
- Mas como Arquibancada do Vasco? Você não sabe que esse tipo de nome é proibido? Seu filho não pode ter esse nome.
- Mas por que não? É um nome normal como qualquer outro. Meu filho tem até um coleguinha com um nome semelhante...
- Seu Manoel, isso é proibido. Eu não posso fazer isso. Vamos ver, qual o nome do coleguinha de seu filho?
- Geraldo Santos.

Retirado de www.piadas.com.br

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Expectativa em alta

   Eu acredito que uma das minhas grandes dificuldades é a minha alta expectativa diante do mundo. Eu sempre espero o melhor dos outros o tempo todo, mesmo que isso, naquele momento, não seja possível. Acabo me machucando, é óbvio. E ultimamente, ando treinando baixar a ansiedade e ser mais realista, para que os tombos sejam menores.
   Se essa é a melhor solução, eu não sei. Vou descobrir depois. Mas hoje me parece o caminho mais adequado. E aí eu me lembrei de um texto do Fernando Sabino que fala sobre a simplicidade.  E que é lindo e sensível e eu adoro! Ah! Se as coisas fossem mais simples, quanto sofrimento não seria evitado! Aliás, estou lendo um livro ótimo dele. Assim que eu terminar, se achá-lo bom - possivelmente, eu indico. Até agora estou gostando. 
  Boa leitura, gente! =)

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O que se vê... é realmente real?

   Quem me conhece sabe que eu sou um bocado filosófica. Pedante, às vezes. E, pra ajudar, é início de ano e eu estou de férias. Já dizia a sabedoria popular: "cabeça vazia, oficina do diabo". Não que eu esteja pensando asneiras. Mas atire a primeira pedra quem nunca teve aquelas ideias estúpidas.
   Uma das minhas resoluções de ano novo - e por ser de ano novo dá até um frio na espinha porque elas nunca chegam até o fim do ano vigente - é tentar transformar todas essas ideias absurdas que passam pela nossa cabeça em coisas boas. Andei reparando que a gente nunca está contente com nada e me incluo nisso. Estamos tristes porque o emprego não é o que esperávamos, a família só briga e não nos compreende, o parceiro é um cabeça-oca que não compra flores há 10 anos, a menina com quem se está saindo é vesga, o salário é sempre uma mixaria e por aí vai. Quando se vê, estamos reclamando até das coisas boas. Acho sim que é dever do cidadão lutar por seus direitos. Mas não é possível que nada nos agrade. Até parece que não existe doçura nesta vida!
   Aí me lembrei de um texto sensacional do Rubem Alves. Ele fala que o segredo está na forma como utilizamos nossos olhos. As crianças, por exemplo, ao ver uma folha, enxergam uma nave... exemplo tosco este meu, mas é mais ou menos assim: ver a solução, quando existe problema.
   Acho que meu ano vai ser mais leve e mais feliz se eu tiver sucesso na minha empreitada. Quer tentar comigo?

   A complicada arte de ver, de Rubem Alves