sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Em grande estilo!

   Agora você imagine a minha dúvida! Como abrir em grande estilo este blog? Há tanta coisa boa por aí que me faz sorrir a cada leitura... mas precisava começar com algo mágico! E então decidi: vai ser com a Cecília Meireles, uma das maiores escritoras brasileiras de todos os tempos (mais dia, menos dia, vou falar dela com mais tempo). Ela escreveu um texto que resume o encanto que um livro pode trazer a uma pessoa. Deem só uma olhadinha aí e comentem o que acharam!

Um Livrinho e Muitas Saudades
 
            Entro numa livraria, sem estar procurando livro nenhum (pelo menos, é o que suponho, uma vez que nos conhecemos tão pouco e ignoramos a razão de tantos dos nossos atos). Entro numa livraria como quem passeia pelo mundo do espírito, encontrando pelas prateleiras nomes antigos e modernos, saudando as velhas amizades, recordando tempos de estudar, tempos de sonhar, tempos de viver.
             De repente, um livrinho chama por mim. Não chama apenas a minha atenção: chama, realmente, por mim: "Vem cá, me leva!", diz ele. E diz isso pelo desenho da capa, que é um desenho infantil com várias crianças, um burrinho e duas cobras. Tão graciosa é a capa que nem procuro saber o nome do livro nem o do autor. Basta-me contemplar o desenho. E, como não estou inclinada a comprar livros, sigo adiante. Mas a voz, uma pequena voz discreta, continua a pedir-me: "Venha cá! Me leva!".
            Passo pelos velhos clássicos, encontro-me com os românticos, topo com os contemporâneos... E a pequena voz a chamar-me "Vem cá!"...
            Volto atrás. Tenho de levar aquele livro. Tomo-o nas mãos, abro-o, leio duas ou três passagens. É uma história verdadeira, a infância de um negrinho, na África Francesa. Venho com o livro como se trouxesse o menino pela mão, e ele me contasse suas lembranças com a simplicidade de um pequeno amigo.
(...)


3 comentários:

  1. Acredita que eu abri meu blog com um texto dela também? Você não lembra? rs

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  2. Não me lembrava não... até nisso a gente se parece...

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  3. Que coisa heim.... que nada é sempre assim

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